Neste post vou trazer para vocês duas dissertações com o tema Positividade Tóxica.
A positividade tóxica é o termo dado para quando uma pessoa tenta “amenizar” uma situação ruim de outra pessoa com frases motivacionais, como “Se anime!”, “Veja pelo lado bom!”.
Está precisando de ideias para seu texto sobre esse tema? Fique aqui com a gente para ver o que falamos sobre isso!
O efeito da positividade na saúde mental
O otimismo é a disposição de enxergar as coisas pelo lado bom e quando esse sentimento exige que não se pense nos problemas, ele se torna o que se chama de positividade tóxica. Nesse sentido, o positivismo exagerado é prejudicial para o indivíduo, pois é preciso que exista um equilíbrio entre os sentimentos além de causar problemas psicológicos.
Em primeiro lugar, a positividade tóxica desconsidera a importância de todos os sentimentos serem experienciados. Nesse sentido, no filme de animação “Divertidamente”, a personagem Alegria deseja que apenas os sentimentos bons existam e tenta destruir todos aqueles que ela considera ruins e, por conta disso, acaba destruindo todas as lembranças da dona desses sentimentos, gerando consequências negativas como apatia e vontade de fugir. De forma análoga, ser sempre positivo é um prejudicial para a saúde mental, pois é preciso que os sentimentos sejam experienciados para saber o que é cada sentimento. Sem os sentimentos negativos, é impossível saber o que são os positivos e cria-se um sentimento de vazio, característico de doenças mentais como a depressão. Logo, fica nítida a influência da positividade tóxica na forma como lidamos com os sentimentos.
Além dsso, a busca por ser sempre positivo leva a população a se cobrar demais e gera problemas físicos e mentais. Segundo o filósofo sul-coreano Byungchul Han, em seu livro “Sociedade do cansaço”, os “males da alma” surgem a partir da positividade excessiva. Seguindo essa ideia, uma das consequências do otimismo exagerado é o estresse e a ansiedade gerados pela frustração de não conseguir ser positivo o tempo todo e não alcançar o ideal de vida feliz e perfeita criado pelos adeptos a esse positivismo.
Tais sentimentos, considerados negativos, criam um ciclo vicioso em que a pessoa se culpa por não ser positivo, se sentindo mais ansioso, elevando os níveis de
estresse e gerando um cansaço mental e físico que, segundo o Ibope, é sentido por mais de 90% dos brasileiros. Dessa forma, é evidente o caráter prejudicial da positividade tóxica para a saúde mental e física da população
Portanto, ao não aceitar a existência de sentimentos negativos e sua importância para a vida do ser humano, o positivismo tóxico se torna nocivo à saúde física e mental da população. Por isso, o otimismo é uma visão mais equilibrada, já que tenta buscar o lado bom dos momentos sem ignorar os sentimentos e momentos negativos.
Toxicidade centenária
A positividade tóxica é um comportamento que se baseia em forçar a predominância do sentimento de felicidade no outro, causando um efeito prejudicial no sujeito, por não respeitar que ele sinta seus sentimentos em sua íntegra e de forma natural. Tal felicidade forçosa está presente no cotidiano da indústria e do consumidor desde o século XIX até hoje, como consequência do ideal capitalista de incentivo à produção exaustiva, a qual se amplifica na atualidade pelo uso das mídias sociais.
Primeiramente, a idealização da felicidade contínua não é gerada no século XXI, ela é anterior a isso. A positividade tóxica é um comportamento desenvolvido já na Segunda Revolução Industrial, no século XVIII, em função do nascimento do modo de produção Fordista, o qual traz a arrecadação de lucro a qualquer custo, sem levar em conta o esgotamento físico e mental do trabalhador, considerando-o um ser inanimado. Nesse viés, o pensamento que desconsidera o biológico humano é levado a outros âmbitos, espalhando-se em outras expressões sociais como as artes – exemplo disso é trazido diversas vezes em forma de sátira pelo cineasta Charles Chaplin, o qual faz humor em suas filmagens mostrando-se sempre feliz enquanto trabalha exaustivamente em uma fábrica. Visto isso, é esclarecido que o ideal de felicidade é forçado desde séculos atrás, tornando-se uma construção histórica que permeia o presente.
Ademais, essa utopia do meio produtivo consegue se manter presente por tanto tempo pois ela é propagada em novos meios de comunicação, como a internet. É através das mídias sociais que na contemporaneidade são compartilhadas culturas e comportamentos, tal qual o Fordista de lucratividade, o qual utiliza do recurso de campanhas de marketing e propaganda, para estimular o trabalhador a empenhar-se mais e, consequentemente, ter poder aquisitivo para aumentar o consumo. Ilustração disso é a campanha da Nike “Yes, you do it”, a qual em sua divulgação televisiva mostra uma mulher que consegue desempenhar perfeitamente diversos papéis como empresária, mãe, mulher casada, fazer esportes e ainda ir dormir com um sorriso no rosto, o que é materialização da mentalidade a qual associa o alto rendimento à felicidade. Assim, por meio do uso das redes com alto alcance, que a essência histórica da positividade tóxica é compartilhada e reforçada no presente.
Portanto, a positividade tóxica não é recente do século XXI, mas seu modo de propagação se renova a cada geração, tornando-a presente ao longo da história ocidental moderna, a qual usa de meios tecnológicos para manter-se assim. Sabendo disso, a positividade deixará de ser tóxica.
Fechamento
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